quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Simulacra

Curta de Justin Schaack e Kristin Drummond produzido em 2003 na Universidade da Carolina do Sul, EUA, inspirado no livro 'Simulacra e Simulação' de Jean Baudrillard.



O Sith

domingo, 23 de agosto de 2009

fora, todo mundo


Sempre a falta de pensamento. A formação de opinião brasileira, essa formação séria de opinião se assemelha a estrutura das fofocas entre vizinhos. Torcedores dos nossos times, das nossas crenças, sociais individualistas, sempre pendemos ao que mais agradar nossas convenções. O Fora Sarney por exemplo. Do que é que se trata? Da correção final do problema ético político brasileiro?

Criar pensamento, parar e digerir os fatos, equacioná-los em busca de um substrato, quando pouco ou uma conclusão quando o resoluto fim se mostra satosfatório. De repente Fora Sarney. De repente o câncer no senado. De repente a politica de sempre.

E isso se aplica a tudo nessa nação. Erros de cálculos de investimentos culturais. Saúde, saúde... A falta de pensar desse país é em si a grande piada que de tão ridícula impede o brasil minúsculo ser o Brasil maiúsculo que sonhou o nosso grande Darcy Ribeiro.

p.s.:
o fazer alguma coisa, o rebelar-se, o mover-se, aqui nessa nação, precisa primeiro pautar-se no pensamento, do ser nação, ser Brasil, o pensamento a partir das nossas particularidades...


rei...

sábado, 8 de agosto de 2009

A Construção, Segundo o Medo


Quando saio na rua penso em assaltos. Quando entro em qualquer veículo penso em acidentes. Quando chove penso nos meus bens se indo. Quando pára a chuva penso nos ladrões rodeando minha casa. No emprego penso na demissão. E na suposta demissão encontro a vergonha enquanto simulo os olhares dos meus colegas de trabalho não querendo estar na minha pele. Morro de medo dessas coisas. Morro de medo de ficar sozinho. De andar sozinho. De dormir. Às vezes preferiria não ter, pelo medo de perder. Não me lembro quando isso começou. Não sei de quem herdei isso. E muito menos se é aí que está a minha realização como gente. Dias desses um menininho me colocou na parede. Chamou-me de tia. Intimidou-me. Era moreninho. Meio sujo. Meio liberto. Chamou-me de tia. Primeiro pensei na violência. Mas ele sorriu. Depois na dissimulação e ele me chamou de tia novamente. Depois pensei em mim, enquanto ele me intimidava com perguntas distantes do meu medo. Eu calei. E nada respondi. Fugi daquela situação.
Fui pra casa. Tranquei-me. E com café traguei os meus receios de sempre. Tenho medo, é fato. E também é fato que nunca perdi emprego, que nunca sofri acidente, que a chuva nunca invade minha casa, e o ladrão não está preocupado com meu patrimônio. É fato que posso ficar em casa, que posso dormir, que nada hei de perder, e que não é esse estilo de vida a me realizar como gente, e ainda que aquele menino não era um marginalzinho dissimulado; ele que queria apenas interagir solidariamente comigo num instante em que nos encontramos num lugar qualquer dessa mísera cidade...

E enfim encontrei-me comigo mesma.

Não me assustei por me encontrar sozinha.

ReverendoRasNeto: Talvez nalgum ponto do passado, para a construção desse eu que previra bem resolvido financeiramente, pessoalmente, socialmente... Fiz-me indiferentemente, sem solidariedade para com nada. E construía o que desejava, e ao mesmo tempo paredes de medo. E prevaleceu a prisão de medo. É talvez seja isso...

E agora?


reisujo

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Operação Pandemia

Vídeo realizado por Joaquín Arrieta e Julián Alterini.



Sith

A Sede de Lucro Mata Milhões‏



Por que não se noticiam as 14 milhões de mortes por ano que poderiam ser perfeitamente evitadas?

Ora, convenhamos, vender mosquiteiros para evitar a malária é pouco lucrativo. Fabricar soro, para curar crianças com diarréia, é menos lucrativo ainda. Agora, a Roche vender Tamiflu é muito bom para os acionistas! O re$$ultado é FANTÁSTICO!!!!!!!!!!

Os efeitos neuropsicológicos do Tamiflu poderão ser irreversíveis!

Por que as coisas são assim? A lógica do lucro e do mercado faz com que bilhões de seres humanos sejam descartáveis para que o dinheiro exerça seu divino e fascinannte domínio!!!! Até quando viveremos (ou quando morreremos?) sob a dominação capitalista da vida? As coisas não poderiam ser diferentes? No lugar da "divindade visível", que é o dinheiro, precisamos colocar outra economia, outra política, para que a vida biodiversa, presente e futura, ganhe importância e prioridade!

O capitalismo é incompatível com a vida: destrói a natureza e esgarça as relações sociais. Daí, aquecimento global, derretimento da calota polar, fenômenos climáticos cada vez mais frequentes; violência urbana, aumento do tráfico de drogas lícitas e ilícitas, assaltos, sequestros, corrupção no Senado, na Câmara, no Planalto Central etc.

Por que tantos sofrimentos evitáveis?

Aécio Alves Oliveira
Professor Titular do curso de Ciências Econômicas da Universidade Federal do Ceará - UFC e Coordenador do Núcleo de Economia Solidária - NuSol, um grupo de extensão da mesma instituição.


Sith

Sistema Brasileiro de Avaliação de Conformidade Orgânica


A cartilha "O Olho do Consumidor" foi produzida pelo Ministério da Agricultura, com arte do Ziraldo, para divulgar a criação do Selo do SISORG (Sistema Brasileiro de Avaliação de Conformidade Orgânica) que pretende padronizar, identificar e valorizar produtos orgânicos,
orientando o consumidor.

Infelizmente, a multinacional de sementes transgênicas Monsanto obteve uma liminar de mandado de segurança que impediu sua distribuição. O arquivo foi inclusive retirado do site do Ministério (o link está "vazio").

Em autêntica desobediência civil e resistência pacífica à medida de força, estamos contribuindo na campanha de distribuição eletrônica da cartilha.

Então, pegue o arquivo aqui.


Sith

domingo, 2 de agosto de 2009

Gripe Suína, de Onde Veio?

Filme produzido por Nicoletti Moska pela UNBTV.

Parte 1:


Parte 2:


O Sith

domingo, 26 de julho de 2009

"Estrangeiro"

Teu cristo é judeu, tua máquina é japonesa, tua pizza é italiana,
tua democracia é grega,
teu café é brasileiro,
teus números são árabes,
tuas feições são latinas
(...) e tu chama o teu vizinho de estrangeiro.

Carlo Giuliani

O Sith

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Um Ano

Este blog ultrapassou um ano de vida no mês passado! Não fizemos comemoração, pelo que se pode conferir... Na verdade, não sei meus companheiros de posts, mas eu nem me toquei.

Para tanto, em comemoração, template novo!

Parabéns pra nóis!!!

sábado, 4 de julho de 2009

"Off The... Circus"



Essa pode ser mais um postagem oportunista sobre a morte de Michael Jackson. Cabe a quem lê julgar isso... No entanto, o principal argumento que posso apresentar para justificá-la dentro da proposta desse blog é que o músico, morto no último dia 25, é uma figura importantíssima de nosso tempo não apenas por seu trabalho, mas para ajudar a compreender a sociedade do espetáculo. O ponto infeliz é que não haveria momento mais oportuno para analisar sua trajetória pessoal e musical (as duas se confundem) do que partindo de sua morte.

Sim, como mencionado, quero falar de sua vida, também. Mas não sob uma ótica fútil, especulando sobre a quantidade de cirurgias plásticas às quais ele se submeteu ou se realmente foi culpado das acusações de pedofilia que sofreu na década de 90. Sua vida interessa por que não se pode dissociá-la de sua arte. A complexidade dessa relação é que interessa.

O que eu gostaria de colocar nessas linhas é que talvez Michael Jackson seja a figura simbólica mais representativa de dois pontos importantíssimos característicos de nossa época: primeiro, do que é a alienação de qualquer empreendimento humano à lógica do capital, qualquer que seja. Nesse caso específico, do que é a arte nos dias de hoje; de como ela não serve a seus próprios propósitos de representar o que a alma humana tem de mais puro (ou qualquer outra concepção que a ela se queira associar) sem que esteja submetida antes à lógica do lucro (ela é antes de tudo mercadoria, como se sabe...) e, segundo, do quanto nós, indivíduos, somos impedidos de sermos nós mesmos por essa mesma lógica.

Funcionamos dentro de um sistema de regras que aprisionam. Isso é fato. Em alguns casos, porém, a coisa pode tomar proporções realmente bizarras. No caso de Michael Jackson, sua vida tornou-se parte do show, do circo do capital. Ela foi consumida totalmente, convertida em espetáculo, e ele sofreu as consequências disso de maneira que poucos suportariam. Não é exagero afirmar que sua 'vida' (se ele a teve algum dia) acabou há muito tempo.

Michael Jackson foi um gênio musical. A afirmação é pouco contestada. Mas pode-se afirmar também com pouca ou nenhuma oposição que ele foi um personagem montado para fazer dinheiro. Analisando seu trabalho não há dúvidas de que sua música sempre esteve associada à qualidade, mas também é certo que era 'produzida' para vender, antes de mais nada.

Todos sabem ou tem idéia da revolução que ele provocou não só em termos de música contemporânea (dando contornos definitivos ao que se convencionou chamar de 'Música Pop'), mas especialmente na maneira de se comercializar essa música. Com ele, a 'música-mercadoria' alcançou um nível que não havia atingido nem na era dos Beatles (outros personagens que nunca vão esgotar o interesse em sua história e música).

Esse foi seu papel dentro da sociedade do capital. Assim ele funcionou como instrumento. E assim sua arte funcionou como instrumento... Nunca esteve dissociada da lógica de consumo, embora em alguns momentos ela realmente pareça ter surgido como uma expressão de sua verdade, acontecendo com extrema sinceridade. Isso eu acredito (e espero profundamente) que o capital não conseguiria dominar...

E quais as implicações dessa espetacularização de sua vida?

Gênio musical nato, ele se viu cercado de sanguessugas desde pequeno, a começar pelo seu próprio pai... O palco acabou se tornando o único lugar onde o garoto parecia encontrar sentido pra sua existência. Assim, a fantasia e a representação eram sua maneira de escapar da realidade que nunca apareceu para ele de outra forma senão como opressão. Resultado disso é que o sonho, a ilusão que o fazia se sentir seguro (ou menos desconfortável no mundo) provavelmente trouxeram cada vez mais fortes para sua vida a paranóia de viver um conto de fadas.

Mesmo sendo complicado de se definir o que seria "normalidade", e sem querer polemizar essa questão, poucos ou ninguém não concordaria que um ser humano submetido à rotina que ele enfrentou desde cedo não teria sua mente afetada. As extravagâncias diversas noticiadas a seu respeito são a prova disso...

Infelizmente sua morte é apenas mais um número do circo que dominou sua vida e ainda veremos cenas desse espetáculo grotesco em torno de sua figura por um bom tempo.

Mas a despeito do caráter dessa postagem, queria que ela fosse entendida como um tipo de homenagem a ele. É confuso o tipo de sentimento que sua história desperta (talvez algo entre admiração e pena), principalmente para um apaixonado por música que tenta entender também como funciona o mundo à sua volta...

Ficam também meus sinceros desejos que outros personagens vítimas da mesma situação não apareçam. Seria ótimo se a contribuição do episódio fosse nos levar a refletir sobre esse monstro que, se não criamos, certamente alimentamos todo dia. O monstro que transformou o muleque carismático que teria envelhecido com o rosto sorridente da foto acima na figura pálida, quase desfigurada, e sem alegria dos últimos anos do cantor...



O Sith

domingo, 28 de junho de 2009

Equilíbrio entre...

Equilíbrio entre: ser alegre, e não alegórico... Ser sincero, e não grosso... Ser firme nas idéias, e não arrogante... Ser humilde, e não submisso... Ser rápido, e não impreciso... Ser contente, não complacente... Ser despreocupado, e não descuidado... Ser amoroso, e não apegado... Ser pacífico, e não passivo... Ser disciplinado, e não rígido... Ser flexível, e não frouxo... Ser comunicativo, e não exagerado... Ser obediente, e não cego... Ser doce, e não melado... Ser moldável, e não tolo... Ser introspectivo, e não enclausurado... Ser determinado, e não teimoso... Ser corajoso, e não agressivo... Em tudo, é necessário equilíbrio...

(Autor Desconhecido)


O caminho é pelo meio...



O Sith

sexta-feira, 26 de junho de 2009

A Iconoclastia do Zeitgest Provocada


A iconoclastia de Zeitgeist até assusta. É abrupta. O desavisado aceita suas informações como o transeunte uma bala perdida.
Mas também parece beber dentro da mesma trama, a sua existência.

O documentário primeiro destrói o mito e a autenticidade do Cristianismo. Depois, pousa logo nos eventos de 11 de Setembro (de 2001) como que para mostrar como que a religião não nos permite entender as tramóias do mundo administrado. E, por fim, encerra revelando o que há por trás desse mesmo mundo administrado: os homens que administram a parada.

Depois de assistir o documentário dei uma volta pela web para ver como ele era entendido, levando em conta a diversidade das culturas visões e dos credos. E, ou aceitam ou refugam, sem meio termo. Há algo interessante entre os que aceitam o documentário; muitos são não cristãos que pregam o afastamento dessa religião que tem como matéria-prima a castração e a estupidificação do homem. Já nos que refugam, percebe-se a defesa da permanência da religião dominante do Ocidente, ou seja, são cristãos que acreditam na filosofia pregada por Cristo. Até entendem que há algo errado, mas crêem na sabedoria do Deus, pai do homem, que veio ensinar o sacrifício em prol do outro, a filosofia da caridade. Nos dois grupos devem existir interessados e também não interessados na permanência de um ponto de vista ou do outro, ou não deve haver nada de mais, só uma rápida fagulha.

Sobre sua tese conspiratória, penso, que o próprio documentário abre possibilidades de dúvida em torno de si próprio, como: e se for ele mesmo uma ferramenta conspiratória, onde pretende confundir o espectador, onde recebe do próprio dominador, onde pretende justamente confundir e caotizar ainda mais a falta de direção dos povos no milênio incipiente que vai se formando...?

A iconoclastia de Zeitgest chega a assustar, mas logo passa. Aponta soluções rápidas, como a libertação de si, o acordar, o tomar as rédeas das coisas. Mas isso toda a filosofia vem pregando desde a época das luzes. Na sua solução portando não há nada de novo.

Desde menino a coisa que mais vi acontecer foi de tempos em tempos surgirem assuntos, reportagens, fatos que eram ressaltados apenas para assustar as pessoas, como ET’s, teses sobre o fim do mundo, fantasmas, conspirações, e por aí vai... Jornais davam destaques e usavam daquilo para alimentar o imaginário das pessoas, que sempre sentem que algo está errado. O homem sabe que algo está errado, é natural, porque a medida do homem é sempre ele mesmo. "Por que o homem aceita, então, sua redução?", gritam alguns. Enquanto ele puder se locomover, aceitar ou negar certo trabalho, decidir se casa ou não, se aceita ou não a responsabilidade de ficar com aquela pessoa que precisa de cuidados, enfim, enquanto ele puder se locomover e decidir sobre essas (ou suas) pequenas coisas, ele não levantará armas nem ao menos lutará contra os que administram o mundo (na verdade, nunca houve um levante onde 100 por cento de uma nação se voltou contra sua situação). Mas o mesmo homem, eventualmente, pode morrer por culpa desse não assumir postura política, ou ideológica, de livrar o futuro dessa dominação. No entanto, ele também aceita essa contrapartida. E morre. Vê o vizinho, o irmão e o estranho morrerem por culpa do governo, da economia, da religião.

O homem não vê nada de errado em ser raso. Reduzir sua responsabilidade. Não ter responsabilidade é mais interessante. É nessa leitura mais simples do homem que Zeitgest não entra. A retumbância é praxe hoje em dia. Ou melhor, é nesse desinteresse do homem que Zeitgest não entra. O capital não compreende muita coisa. Os que administram o capital não são filósofos. Mas são homens. Não voam. Vivem em grupos secretos de maçons e outras porras vãs que em nada me assustam. E muito menos me interessam. Mas, no mundo, tudo envelhece. E morre. Portanto, Zeitgest é um bom documentário, mas nada além disso. Bem editado. Contestador. Suscita algumas boas idéias. Mas apenas isso. Sartre ensina mais em 'O Existencialismo é um Humanismo', que usa gráficos mais arcaicos, que esse vídeo, com montagens mais excitantes.


reisujo (http://naocoletivo.jimdo.com/)

abaixo segue o vídeo, caso queriam conferir:

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Sobre a Única Certeza do Mundo...

“Mire, veja: o mais importante e bonito, do mundo, é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas, mas elas vão sempre mudando. Afinam e desafinam.”

Riobaldo, personagem de 'Grande Sertão: Veredas', de Guimarães Rosa.


O Sith

sábado, 30 de maio de 2009

Cura do Câncer?

Recebi um e-mail com esse título de uma fonte bem confiável.

Segue o conteúdo:

Um médico italiano descobriu algo simples que considera a causa do câncer. Inicialmente banido da comunidade médica italiana, foi aplaudido de pé na Associação Americana contra o Câncer quando apresentou sua terapia. O médico observou que todo paciente de câncer tem aftas. Isso já era sabido da comunidade médica, mas sempre foi tratada como uma infecção oportunista por fungos - Candida albicans.

Esse médico achou muito estranho que todos os tipo de câncer tivessem essa característica, ou seja, vários são os tipos de tumores mas têm em comum o aparecimento das famosas aftas no paciente. Então, pode estar ocorrendo o contrário - pensou ele. A causa do câncer pode ser o fungo. E, para tratar esse fungo, usa-se o medicamento mais simples que a humanidade conhece: bicarbonato de sódio.

Assim ele começou a tratar seus pacientes com bicarbonato de sódio, não apenas ingerível, mas metodicamente controlado sobre os tumores. Resultados surpreendentes começaram a acontecer. Tumores de pulmão, próstata e intestino desapareciam como num passe de mágica, junto com as Aftas.

Desta forma, muitíssimos pacientes de câncer foram curados e hoje comprovam com seus exames os resultados altamente positivos do tratamento.

Mas foi notícia nos EUA e nunca chegou por aqui. Bem que o livro de homeopatia recomenda tratar tumores com borax, que é o remédio homeopático para aftas. Afinal, uma boa notícia em meio a tantas ruins.


De novo, a pergunta que não quer calar: por que a grande imprensa não dá a menor cobertura a isso? Nem na TV, nem nas rádios, nem nos grandes jornais... Absolutamente nada. Quem os proíbe de noticiar? O médico teve que construir um site, para divulgar o seu trabalho de curar o câncer (ou, pelo menos, várias das suas formas), usando apenas solução de bicarbonato de sódio a 20%. Imaginem! Bicarbonato de sódio, coisa que a gente encontra até no boteco da esquina.

Neste endereço, http://www.cancerfungus.com, o médico italiano mostra a evolução do tratamento até a completa cura em 4 casos. Lá estão os métodos utilizados para aplicação do bicarbonato de sódio sobre os tumores. Quaisquer tumores podem ser curados com esse tratamento simples e barato. Parece brincadeira, né?

Repasse, gente. Milhares estão pela hora da morte por causa dessa doença.

VAI ACABAR A FARRA DOS LUCROS DOS LABORATÓRIOS. ..
- É POR ISTO QUE A NOTÍCIA ESTÁ RESERVADA A PEQUENOS CÍRCULOS ?!?!?!?



Faz sentido, não?!

Se descobrissem que a cura de uma doença tão assustadora e de tratamento tão caro fosse tão simples que fizesse parte do nosso próprio dia-a-dia, quem teria interesse em manter isso em segredo?

Mesmo assim, a notícia é bem nova pra mim e o e-mail foi repassado com a pergunta sobre a veracidade da informação, então fica complicado ir logo afirmando algo a respeito...

De qualquer maneira, o tal link citado está em funcionamento e existem versões em outras línguas para ele, assim como uma pesquisa rápida sobre o tal Dr. Simoncini em qualquer site de busca dá outros resultados além de seu site.

Então, se interessa, essa é a versão em português:

http://www.cancerfungus.com/simoncini-cancer-fungos-br.php#

Ele contém, inclusive, um vídeo com legendas da participação do médico em uma conferência mostrando alguns resultados do tal tratamento.

Vou procurar mais sobre isso e retomo o assunto mais na frente...


O Sith

sábado, 16 de maio de 2009

A Miséria Simbólica da Indústria Cultural

Uma fábula dominou os últimos decênios, iludindo em grande parte pensamentos políticos e filosofias. Contada após 1968, ela queria nos fazer acreditar que tínhamos entrado na era do "tempo livre", da "permissividade" e da "flexibilidade" das estruturas sociais, em resumo, na sociedade dos prazeres e do individualismo. Teorizado com o nome de sociedade pós-industrial, esse conto influenciou e fragilizou notavelmente a filosofia "pós-moderna". Inspirou grandemente os social-democratas, querendo dizer que tínhamos passado da época das massas trabalhadoras e consumidoras da era industrial para o tempo das classes médias; o proletariado estaria então em vias de desaparecer. Não somente esse último continua muito importante - levando-se em conta os números - como, pelo fato de os empregados terem se proletarizado fortemente (dominados por um dispositivo de máquinas que os priva de iniciativas e de conhecimentos profissionais), também cresceu. Quanto às classes médias, elas empobreceram. Falar de desenvolvimento de formas de lazer - no sentido de um tempo livre de qualquer obrigação, de uma "disponibilidade absoluta", como diz o dicionário - não é algo óbvio, porque de forma alguma elas têm como função liberar o tempo individual, mas sim controlá-lo para hipermassificá-lo: são os instrumentos de uma nova servidão voluntária. Produzidas e organizadas pelas indústrias culturais e por programas, elas formam o que Gilles Deleuze chamou de sociedades de controle. Estas desenvolvem esse capitalismo cultural e de serviços que fabrica por inteiro os modos de vida, transforma a vida cotidiana no sentido de seus interesses imediatos, padroniza as existências pelo viés de "conceitos de marketing". É o que ocorre com o conceito do life time value, que designa o valor economicamente calculável do tempo de vida de um indivíduo, cujo valor intrínseco é dessingularizado e desindividuado.


Trecho do artigo de Bernard Stiegler publicado no Le Monde Diplomatique, retirado do blog Olho-de-Corvo


Rei i.

terça-feira, 12 de maio de 2009

A Gripe dos Porcos e a Mentira dos Homens


Por Mauro Santayana

O governo do México e a agroindústria procuram desmentir o óbvio: a gripe que assusta o mundo se iniciou em La Glória, distrito de Perote, a 10 quilômetros da criação de porcos das Granjas Carroll, subsidiária de poderosa multinacional do ramo, a Smithfield Foods. La Glória é uma das mais pobres povoações do país. O primeiro a contrair a enfermidade (o paciente zero, de acordo com a linguagem médica) foi o menino Edgar Hernández, de 4 anos, que conseguiu sobreviver depois de medicado. Provavelmente seu organismo tenha servido de plataforma para a combinação genética que tornaria o vírus mais poderoso. Uma gripe estranha já havia sido constatada em La Glória, em dezembro do ano passado e, em março, passou a disseminar-se rapidamente.

Os moradores de La Glória – alguns deles trabalhadores da Carroll – não têm dúvida: a fonte da enfermidade é o criatório de porcos, que produz quase 1 milhão de animais por ano. Segundo as informações, as fezes e a urina dos animais são depositadas em tanques de oxidação, a céu aberto, sobre cuja superfície densas nuvens de moscas se reproduzem. A indústria tornou infernal a vida dos moradores de La Glória, que, situados em nível inferior na encosta da serra, recebem as águas poluídas nos riachos e lençóis freáticos. A contaminação do subsolo pelos tanques já foi denunciada às autoridades, por uma agente municipal de saúde, Bertha Crisóstomo, ainda em fevereiro, quando começaram a surgir casos de gripe e diarreia na comunidade, mas de nada adiantou. Segundo o deputado Atanásio Duran, as Granjas Carroll haviam sido expulsas da Virgínia e da Carolina do Norte por danos ambientais. Dentro das normas do Nafta, puderam transferir-se, em 1994, para Perote, com o apoio do governo mexicano. Pelo tratado, a empresa norte-americana não está sujeita ao controle das autoridades do país. É o drama dos países dominados pelo neoliberalismo: sempre aceitam a podridão que mata.

O episódio conduz a algumas reflexões sobre o sistema agroindustrial moderno. Como a finalidade das empresas é o lucro, todas as suas operações, incluídas as de natureza política, se subordinam a essa razão. A concentração da indústria de alimentos, com a criação e o abate de animais em grande escala, mesmo quando acompanhada de todos os cuidados, é ameaça permanente aos trabalhadores e aos vizinhos. A criação em pequena escala – no nível da exploração familiar – tem, entre outras vantagens, a de limitar os possíveis casos de enfermidade, com a eliminação imediata do foco. Os animais são alimentados com rações que levam 17% de farinha de peixe, conforme a Organic Consumers Association, dos Estados Unidos, embora os porcos não comam peixe na natureza. De acordo com outras fontes, os animais são vacinados, tratados preventivamente com antibióticos e antivirais, submetidos a hormônios e mutações genéticas, o que também explica sua resistência a alguns agentes infecciosos. Assim sendo, tornam-se hospedeiros que podem transmitir os vírus aos seres humanos, como ocorreu no México, segundo supõem as autoridades sanitárias.

As Granjas Carroll – como ocorre em outras latitudes e com empresas de todos os tipos – mantêm uma fundação social na região, em que aplicam parcela ínfima de seus lucros. É o imposto da hipocrisia. Assim, esses capitalistas engambelam a opinião pública e neutralizam a oposição da comunidade. A ação social deve ser do Estado, custeada com os recursos tributários justos. O que tem ocorrido é o contrário disso: os estados subsidiam grandes empresas, e estas atribuem migalhas à mal chamada “ação social”. Quando acusadas de violar as leis, as empresas se justificam – como ocorre, no Brasil, com a Daslu – argumentando que custeiam os estudos de uma dezena de crianças, distribuem uma centena de cestas básicas e mantêm uma quadra de vôlei nas vizinhanças.

O governo mexicano pressionou, e a Organização Mundial de Saúde concordou em mudar o nome da gripe suína para Gripe-A. Ao retirar o adjetivo que identificava sua etiologia, ocultou a informação a que os povos têm direito. A doença foi diagnosticada em um menino de La Glória, ao lado das águas infectadas pelas Granjas Carroll, empresa norte-americana criadora de porcos, e no exame se encontrou a cepa da gripe suína. O resto, pelo que se sabe até agora, é o conluio entre o governo conservador do México e as Granjas Carroll – com a cumplicidade da OMS.

Fonte: JORNAL DO BRASIL

Enviado por e-mail por Mariana Melo


O Sith

sexta-feira, 10 de abril de 2009

A Revolução sem Rosto


Luther Blisset foi um dos maiores ídolos do Wartford, um pequeno time inglês (atualmente na segunda divisão), durante as décadas de 70, 80 e 90, onde teve três passagens e alcançou as marcas de maior artilheiro e jogador a mais vezes vestir a camisa do clube. Outro fato marcante de sua carreira foi uma rápida passagem de apenas uma temporada pelo Milan da Itália, onde foi um fracasso.

Luther Blisset também é um pseudônimo coletivo que centenas de Hackers e ativistas pelo mundo passaram a usar desde 1994 com a idéia de promover notícias falsas no intuito de ridicularizar a Mídia de Massa.

Entre essas falsas notícias houve, por exemplo, o caso do desaparecimento do ilusionista inglês Harry Kipper, ocorrido durante um passeio de bicicleta no norte italiano, notícia esta que foi encaminhada a uma rádio de Bolonha. Jornalistas foram então enviados a Londres a fim de buscar informações sobre o fato com o grupo "Amigos de Kipper". Prestes a ir ao ar, os organizadores foram informados pela polícia inglesa que o tal Harry Kipper nunca sequer existira...

O caso foi explicado algum tempo depois pelo "próprio" Luther Blisset:

"Quantos Zé Ninguém e Luther Blissett existem espalhados pelo mundo? Se nosso vizinho de casa desaparece, saberemos "tudo" pela televisão, sem nem a necessidade de olhar pela janela. A mídia de massa nos oferece a medida da nossa existência. Muitos vivem para aparecer, mas somente poucos aparecem para viver. Luther Blissett apareceu desaparecendo. Pode desaparecer uma pessoa que não existe? Principalmente se seu nome for apenas o pseudônimo do suposto ilusionista Harry Kipper, misteriosamente desaparecido? Ser e não aparecer, e quem resolve aparecer atrás de um nome coletivo faz isso para desarrumar as regras do jogo. Se na mídia aparece o rosto de Luther Blissett, este é com certeza mais um falso, pois LB possui rostos demais para ser representado somente por um. Mas acima de tudo porque, se está presente na mídia, então desaparece como LB, isto é, prefere-se a aparência à existência."

Luther Blisset parece sugerir a idéia de nossa impotência diante de algo maior, dos que, mesmo tendo alguma identidade diante de um pequeno grupo, nada significam diante da complexidade em que estamos inseridos. Relacionado a isso, também me parece sinalizar para a mudança de atitude que deve-se ter para enfretar o problema: não há mais espaço para "heróis", ninguém é capaz de fazer uma mudança significativa sozinho.

O coletivo é a diferença,

ou seja; no fim, sempre precisamos ser um...

Talvez os motivos para a escolha do nome não tenham sido exatamente essas, mas é a idéia que me ocorre.

P.S.: "Desarrumar as regras do jogo" - eis um bom objetivo dentro do jogo, já que as regras não jogam a nosso favor e o adversário parece invencível diante de nossos esforços isolados.

Sejamos também Luther Blisset dentro de nossas possibilidades.

O Sith

terça-feira, 7 de abril de 2009

Pré - Conceituar -Se

Introdução

Ano 2009.

Pré - Conceituar - se

Passei há poucos dias por alguns episódios desagradáveis envolvendo uma forma de pré-conceito, o racismo; e isso me fez meditar um pouco mais sobre o tema, quase que imediatamente após o acontecido. Pré-conceito, préconceito, preconceito. Se se perguntar o que é preconceito, instantaneamente acaba por se cometer o pré-conceito; eis como se porta o nosso tema. E ele nos pertence de tal forma que é o maior responsável por todas as pedras que ainda estão de pé nesta nação, e pelas pedras que todos os dias caem. Herdamos dos portugueses, ingleses, franceses, alemães, e demais povos que por aqui passaram e deixaram alguma raiz. O pré-conceito habita todas as ruas em silêncio. Define antes de conhecer. Delimita antes de experimentar percorrer. Aqui, onde português "brasileiro" se fala, ele, o pré-conceito, é amplo como as nossas terras, rico como nossa cultura, e capaz de resistir como os pedreiros que construíram São Paulo resistiram às intempéries enquanto subiam as pedras que deram forma aos arranha céus. O pré-conceito não foi banido, foi aceito, foi firmado, foi ratificado. E não tem mais no racismo seu exemplo mor, enfim, e peculiarmente, se definiu. É outra coisa, mais sutil, mais organizada, uma vez que está em todo lugar e em toda possibilidade de expressão entre classes, entidades, seres, atos; painéis gráficos; entre as diferenças dos modelos automotivos; capacidades de aquisições; hei!, não é verdade que você é o que você consome? Nada entre este céu e esta terra por si só se desfaz, por si só tudo prefere se e a si transformar. eis o conjunto de regras que chamamos de Natureza. Estamos presos ao pré-conceito. É, eu deveria admitir que se trata de algo humano, doloroso, uma carga, um karma, que é a lama que sempre vai estar nos nossos pés. Sou pré-conceituoso, ele é pré-conceituoso, você é pré-conceituoso.

Mas como falei no início deste, andei meditando sobre, logo após o acontecido. E tive de inventar alguma conclusão.

Conclusão:

Não há outra forma de combater o pré-conceito se não pela afirmação de que ele está aqui, em cada um de nós, que ele de certa forma é cada um de nós, e assume todo instante a nossa forma. Em suma, concluí, mesmo que com obviedade, que os múltiplos lados da realidade, ou as várias realidades, ou ainda os vários pontos de vistas, seja qual for a definição, precisam entrar em consenso em relação a alguns temas para que eles realmente sejam banidos. Utopia? Não sei, o que sei é que depois disso consegui algumas horas de sono.


Rei I. t.c.c. Reisujo

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Entendendo a (R)evolução - I



"(...)O que vem ocorrendo até agora tem sido a busca da transformação das massas, através de um trato com o ser humano como se este fosse gado, sem individualidade ou diferenças. Contudo, cada ser humano é único, e a ecologia - em seu sentido mais amplo - depende do respeito incondicional e estímulo à individualidade, para que assim cada ser humano cumpra sua real função na engrenagem planetária, sem disfunções ou distorções.

A evolução coletiva caminha rumo à individualização, pois se cada um se der ao trabalho de se autogovernar, antes de tentar governar a si através dos outros, estaremos entretidos cada um com seu próprio processo de evolução, não sobrando tempo nem espaço para as comuns intromissões de outrem - em forma individual, social, política e religiosa."

Texto de Johann Heyss (heyss@yahoo.com), músico e escritor, retirado do site Rizoma.net

Nota: "individualização" aparece aqui num sentido positivo, ou seja, individualidade relacionada a auto-conhecimento e não às individualidades que você observa (ou lhe são impostas) e "escolhe" seguir.


O Sith

terça-feira, 31 de março de 2009

Criança, a Alma do Negócio


A propaganda, a publicidade, e inclusive o marketing, são parte integrante da nossa cultura. São levadas a sério. Complementam os estilos de vida, mesmo que você não goste da marca, uma propaganda bacana é sempre uma propaganda bacana. Há bastante criatividade por trás de cada reclame, jingle, ou comercial. É algo que tem bastante força dentro de si. E também faz parte da nossa cultura aceitar as coisas como elas são, e se é sempre bacana e divertido um bom comercial, não há motivo para críticas, filosofias e outros leros-leros anti-capitalistas. Faz parte dessa cultura. Nossa cultura. E as coisas estão aí. Estamos nos formando, criando nossos filhos, pagando nossas contas, e às vezes temos críticas, mesmo que superficiais e imediatas sobre as coisas, mas a vida é assim. Pra quê perder tempo com tais coisas, se podemos sair e nos divertir, e esquecer os problemas, levar a vida devagar; apesar de, ou mesmo que quando isso resolvemos fazer, acabamos seguindo o caminho já ditado pelas propagandas e anúncios, e não nossos próprios passos?


P.S.: Semana passada assisti um vídeo interessante sobre propaganda, e ainda, mais precisamente falando, sobre um certo público-alvo, a criança. Ia postar uma crítica mais extensa contra tudo isso que 'tá aí', mas o vídeo por si só é mais incisivo, preciso e já possui toda critica necessária dentro de si. Eis o vídeo na íntegra, sinopse e links para download em alta qualidade.



Produtora: Maria Farinha Produções
Direção: Estela Renner
Produção Executiva: Marcos Nisti

Sinopse: "Por que meu filho sempre me pede um brinquedo novo? Por que minha filha quer mais uma boneca se ela já tem uma caixa cheia de bonecas? Por que meu filho acha que precisa de mais um tênis? Por que eu comprei maquiagem para minha filha se ela só tem cinco anos? Por que meu filho sofre tanto se ele não tem o último modelo de um celular? Por que eu não consigo dizer não? Ele pede, eu compro e mesmo assim meu filho sempre quer mais. De onde vem este desejo constante de consumo?" Este documentário reflete sobre estas questões e mostra como no Brasil a criança se tornou a alma do negócio para a publicidade. A indústria descobriu que é mais fácil convencer uma criança do que um adulto, então, as crianças são bombardeadas por propagandas que estimulam o consumo e que falam diretamente com elas. O resultado disso é devastador: crianças que, aos cinco anos, já vão à escola totalmente maquiadas e deixaram de brincar de correr por causa de seus saltos altos; que sabem as marcas de todos os celulares mas não sabem o que é uma minhoca; que reconhecem as marcas de todos os salgadinhos mas não sabem os nomes de frutas e legumes. Num jogo desigual e desumano, os anunciantes ficam com o lucro enquanto as crianças arcam com o prejuízo de sua infância encurtada. Contundente, ousado e real, este documentário escancara a perplexidade deste cenário, convidando você a refletir sobre seu papel dentro dele e sobre o futuro da infância."

Instituto Alana: http://www.alana.org.br/

Baixe este documentário em alta qualidade de imagem:
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rei i.

quarta-feira, 25 de março de 2009

"Quis Custodiet Ipsos Custodes?"


No dia 06 desse mês chegou às telas 'Watchmen - o Filme', adaptação da graphic novel concebida por Alan Moore e David Gibbons, lançada pela DC Comics entre 1986 e 1987. As primeiras impressões que se pode ter do filme - mesmo entre o público que não está interessado em discutir ou criticar a história de um ponto de vista mais "filosófico" - é que se trata de apenas mais uma adaptação de outra historinha em quadrinhos qualquer, ou seja, "arte" (nas visões menos radiciais) de segunda mão.

Histórias em Quadrinhos, assim como o Cinema, são manifestações muito fortemente associadas ao desenvolvimento da Sociedade do Capital. E isso é um fato. A crítica que Adorno & Horkheimer, por exemplo, fazem em sua 'Dialética do Esclarecimento' à Indústria Cultural toma o Cinema como principal alvo. Outros pensadores como Debord e Jameson certamente também não lançaram bons olhares sobre esses tipos de arte de maneira positiva. Mas, possivelmente, eles e outros críticos deixaram e ainda deixam de lado um ponto importante: o desenvolvimento dessas manifestações culturais, assim como todo o movimento de desenvolvimento das manifestações sociais e seus reflexos, ocorre de maneira dialética, ou seja, em alguns momentos começarão a vir à tona os aspectos contraditórios desses crescimentos.

De maneira objetiva o que estou tentando dizer é que acredito que tanto no caso do Cinema como das HQ's podemos assistir à Sociedade do Espetáculo sendo minada, criticada de dentro para fora, atingida em suas bases de alguma forma e em algum momento. Não que essas ações (quando ocorrem) sejam necessariamente orientadas nesse sentido, mas isso acontece porque tanto as HQ's quanto o Cinema não podem ficar totalmente alheios ao que se passa no mundo real, sob o próprio risco de não encontrarem mais público. É dentro desse contexto que 'Watchmen' entra como um dos acontecimentos fundamentais que revolucianaram os quadrinhos em meados dos anos 80.

Histórias em Quadrinhos de personagens como o Homem-Aranha ou o Batman são nossa mitologia moderna. Nelas estão presentes o "monomito" ("a jornada do herói"), conceito apresentado pelo antropólogo Joseph Campbell que trata dos elementos comuns a esse arquétipo presentes em histórias desde tempos muito antigos. Não surgiram com a Sociedade do Capital, apenas foram adaptadas para se tornar mercadoria, seguindo a "lógica" do sistema. Sua essência, no entanto, é mostrar não as pessoas que a humanidade um dia conheceu, mas que aspira a conhecer.

Na Indústria Cinematográfica, o que temos assistido em decorrência de uma certa decadência de idéias para se produzir (ou repetir) estórias, também reflexo (ou uma das causas?) da crise interna do cinema americano, é a imensa quantidade de adaptações de obras, algumas antes apenas conhecidas por seus públicos seletos. Em relação à sua essência, o que temos é um poderoso meio de se chegar até as pessoas. Seu desenvolvimento, segundo Adorno & Horkheimer, esteve relacionado com o ato de produzir e reproduzir tipos sociais, as "personas" capazes de alimentar a máquina do Capital.

Dois elementos tão contraditórios só poderiam resultar em uma coisa: uma arma com um poder sem tamanho, o Espetáculo como crítica à própria Sociedade do Espetáculo. Essa é a idéia que, para mim, o filme reforçou, e que já vem sendo observada há algum tempo. Talvez com frequência e força bem maiores nos últimos anos. Basta lembrar de tudo o que se escreveu a respeito do "mistério" por trás da trilogia 'Matrix'. Ninguém entendeu muita coisa, mas com certeza todo mundo foi atingido de alguma maneira.

'Watchmen' também é uma obra complexa. O principal responsável por ela atende pelo nome de Alan Moore, de quem, nos últimos anos, diversas obras têm sido adaptadas para a 7ª arte, todas sem sua participação e tendo um resultado muito inferior ao formato em que foram concebidas, segundo seus leitores. A diferença deste filme para seus outros trabalhos que ganharam versão para as telonas é que foi realizada por um fã, o único tipo de pessoa capaz de fazer os cortes necessários sem atrapalhar a essência do que está sendo exposto (mesmo caso da excelente adaptação d'O Senhor dos Anéis).

Não faria sentido escrever aqui mais uma sinopse da estória, isso é muito fácil de se encontrar. Da mesma forma, discorrer sobre os tipos psicológicos dos personagens e a relação que podemos fazer com nosso cotidiano também seria cair em um certo lugar comum. Eu queria chamar atenção para dois pontos: o primeiro é que a história não tem exatamente um vilão. Isso é um bom quebra-cabeça pra quem está acostumado a ver o mundo de maneira maniqueísta. O segundo, e mais interessante, é o desfecho. É aqui onde acontece a crítica:

E se, de repente, nós tivessemos a paz? Estamos preparados para ela? Sairíamos da nossa pré-História ou nos inquietaríamos ao ver pessoas andando abraçadas pelas ruas vivendo em harmonia? Já estamos preparados para isso?

Pense a respeito. Responda você à pergunta...

P.S: se nada disso te interessa, você talvez queira ir ao cinema pelo status de 'cult' da HQ: ela é a única história em quadrinhos presente na lista dos 100 melhores romances eleitos pela revista americana 'Time'.

Nesse caso, um 'viva' à futilidade e ao nosso eterno adaptar de nossas vidas às regras da prisão que ninguém vê.


O Sith

terça-feira, 24 de março de 2009

Deleuze I



"...Na mídia, na maior parte do tempo e nas conversas correntes, não há questões, não há problemas. Há interrogações. Se eu digo "Como vai você?", isso não é um problema, mesmo se você estiver mal. Se eu digo "Que horas são?", isso não é um problema. Tudo isso são interrogações. No nível da televisão habitual, mesmo em programas muito sérios, temos interrogações. "O que você acha disso?". Isso não é um problema. É uma interrogação, queremos a sua opinião. É por isso que a TV não é muito interessante, é a opinião das pessoas. Isso não me parece muito interessante. Se dizemos "Você acredita em Deus?", isso é uma interrogação. Onde estão o problema e a questão? Não existem. Se apresentássemos questões ou problemas num programa de TV... Precisaria acontecer mais. Temos Océaniques, certo, mas não é muito freqüente. Os programas políticos não discutem nenhum problema, mas poderiam fazê-lo. Poderíamos perguntar sobre a questão chinesa. Não perguntamos, convidamos especialistas da China que nos dizem coisas que nós mesmos poderíamos ter dito sem saber nada sobre a China. É surpreendente. Não faz parte de um domínio..."

Deleuze, extraído do seu Acedário.

rei i.

domingo, 1 de março de 2009

O Espetáculo Obama por Noam Chomsky

Pequena entrevista com um dos mais lúcidos intelectuais da atualidade cedida por e-mail ao Jornalista Sérgio Dávila da Folha na ocasião de seu aniversário de 80 anos em fins do ano passado.

FOLHA - Como o sr. planeja celebrar seu aniversário?
CHOMSKY - Como um dia normal.

FOLHA - Há 50 anos, quando o sr. tinha 30, esperava ver um dia um negro na Presidência dos EUA?
CHOMSKY - Não. Até há bem pouco tempo nem esperava que os dois candidatos finalistas do Partido Democrata seriam uma mulher e um afro-americano. O fato de isso ter acontecido é um tributo ao ativismo dos anos 60 e suas conseqüências, que tiveram um efeito civilizador no país. A opinião da elite européia não está inteiramente errada quando observa com espanto que "só nos EUA um milagre como esse poderia acontecer".
Pelos padrões ocidentais, a eleição de um afro-americano 150 anos após a abolição da escravidão é realmente um evento histórico, diferentemente de na Europa, que é provavelmente mais racista que aqui. As democracias sul-americanas oferecem conquistas muito mais importantes, na Bolívia e no Brasil, por exemplo. E isso vale para o resto do Sul. Mas o racismo ocidental evita o reconhecimento, mesmo a constatação, de fatos como esses.

FOLHA - O sr. acha que Barack Obama está fadado a decepcionar parte das pessoas que votaram nele -e parte da opinião pública mundial-, dadas as impossivelmente altas expectativas a seu respeito?
CHOMSKY - Aqueles que escolheram se iludir sem dúvida vão ficar desapontados. Mas não se pode culpar Obama por isso. Afastada sua "retórica altiva", que parece ter impressionado tanta gente, ele nunca se apresentou como outra coisa além de um democrata familiar de centro, mais ou menos no molde de Bill Clinton [presidente de 1993 a 2001].
A natureza da eleição é muito bem compreendida pelos chefes dos partidos. Para ilustrar, a cabeleireira de Sarah Palin recebeu o dobro do salário do conselheiro de política externa de John McCain -e ela foi decerto duas vezes mais importante para a campanha. A indústria de relações públicas, que apregoa abertamente vender os candidatos da mesma maneira que vende mercadorias, deu seu prêmio anual na categoria "melhor marketing" à venda da "marca Obama". A mídia de todas as tendências o elogia por organizar um "exército" que não contribui nada para as políticas do seu futuro governo, só espera instruções de como apoiar sua agenda, seja ela qual for.
Esse modelo é, muito claramente, não-democrático, mas um tipo de ditadura por escolha, uma construção política na qual o público -"observadores intrusos e ignorantes"- são "espectadores da ação", não "participantes", conforme o defendido por teóricos progressistas da democracia [nesse caso, o analista político Walter Lippmann, 1889-1974].

FOLHA - Qual sua opinião sobre as primeiras indicações do gabinete obamista, gente como Hillary Clinton no Estado, Robert Gates permanecendo na Defesa, Timothy Geithner no Tesouro? Era esse tipo de mudança que o sr. esperava?
CHOMSKY - Eu não esperava muito, mas fiquei surpreso que as escolhas de Obama causassem tamanho desdém em seus eleitores.
Suas seleções estão tão inclinadas para a "não-mudança" e a "não-esperança" que Obama se sentiu obrigado a convocar uma entrevista coletiva, onde ele explicou que o seu governo será baseado na experiência e na visão: seu gabinete entrará com a experiência, ele dará a visão. Isso deve confortar os incréus.


O Sith

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Quanto Custa?

Já está acontecendo há um tempo: a maior floresta tropical do planeta está sendo privatizada.

Abaixo, links de uma reportagem exibida ano passado em um dos programas de entretenimento da emissora do Big Brother, mas com alguns comentários adicionais.

Parte 1


Parte 2


Parte 3



Pra fechar, propaganda da Arkhos Biotech onde é mostrada a "solução" para os problemas da Amazônia:




O Sith

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

A História das Coisas (History of Stuff)

Mini-Documentário realizado pela Fundação Tides, o Grupo de Trabalho Funders para a Produção Sustentável e Consumo e os Estúdios Free Range, onde é mostrado o funcionamento e os limites do sistema capitalista de produção.

Parte 1


Parte 2


Parte 3



O Sith

sábado, 31 de janeiro de 2009

Os Filhos de Adão

"Somos Todos Filhos da Terra"