sexta-feira, 26 de junho de 2009

A Iconoclastia do Zeitgest Provocada


A iconoclastia de Zeitgeist até assusta. É abrupta. O desavisado aceita suas informações como o transeunte uma bala perdida.
Mas também parece beber dentro da mesma trama, a sua existência.

O documentário primeiro destrói o mito e a autenticidade do Cristianismo. Depois, pousa logo nos eventos de 11 de Setembro (de 2001) como que para mostrar como que a religião não nos permite entender as tramóias do mundo administrado. E, por fim, encerra revelando o que há por trás desse mesmo mundo administrado: os homens que administram a parada.

Depois de assistir o documentário dei uma volta pela web para ver como ele era entendido, levando em conta a diversidade das culturas visões e dos credos. E, ou aceitam ou refugam, sem meio termo. Há algo interessante entre os que aceitam o documentário; muitos são não cristãos que pregam o afastamento dessa religião que tem como matéria-prima a castração e a estupidificação do homem. Já nos que refugam, percebe-se a defesa da permanência da religião dominante do Ocidente, ou seja, são cristãos que acreditam na filosofia pregada por Cristo. Até entendem que há algo errado, mas crêem na sabedoria do Deus, pai do homem, que veio ensinar o sacrifício em prol do outro, a filosofia da caridade. Nos dois grupos devem existir interessados e também não interessados na permanência de um ponto de vista ou do outro, ou não deve haver nada de mais, só uma rápida fagulha.

Sobre sua tese conspiratória, penso, que o próprio documentário abre possibilidades de dúvida em torno de si próprio, como: e se for ele mesmo uma ferramenta conspiratória, onde pretende confundir o espectador, onde recebe do próprio dominador, onde pretende justamente confundir e caotizar ainda mais a falta de direção dos povos no milênio incipiente que vai se formando...?

A iconoclastia de Zeitgest chega a assustar, mas logo passa. Aponta soluções rápidas, como a libertação de si, o acordar, o tomar as rédeas das coisas. Mas isso toda a filosofia vem pregando desde a época das luzes. Na sua solução portando não há nada de novo.

Desde menino a coisa que mais vi acontecer foi de tempos em tempos surgirem assuntos, reportagens, fatos que eram ressaltados apenas para assustar as pessoas, como ET’s, teses sobre o fim do mundo, fantasmas, conspirações, e por aí vai... Jornais davam destaques e usavam daquilo para alimentar o imaginário das pessoas, que sempre sentem que algo está errado. O homem sabe que algo está errado, é natural, porque a medida do homem é sempre ele mesmo. "Por que o homem aceita, então, sua redução?", gritam alguns. Enquanto ele puder se locomover, aceitar ou negar certo trabalho, decidir se casa ou não, se aceita ou não a responsabilidade de ficar com aquela pessoa que precisa de cuidados, enfim, enquanto ele puder se locomover e decidir sobre essas (ou suas) pequenas coisas, ele não levantará armas nem ao menos lutará contra os que administram o mundo (na verdade, nunca houve um levante onde 100 por cento de uma nação se voltou contra sua situação). Mas o mesmo homem, eventualmente, pode morrer por culpa desse não assumir postura política, ou ideológica, de livrar o futuro dessa dominação. No entanto, ele também aceita essa contrapartida. E morre. Vê o vizinho, o irmão e o estranho morrerem por culpa do governo, da economia, da religião.

O homem não vê nada de errado em ser raso. Reduzir sua responsabilidade. Não ter responsabilidade é mais interessante. É nessa leitura mais simples do homem que Zeitgest não entra. A retumbância é praxe hoje em dia. Ou melhor, é nesse desinteresse do homem que Zeitgest não entra. O capital não compreende muita coisa. Os que administram o capital não são filósofos. Mas são homens. Não voam. Vivem em grupos secretos de maçons e outras porras vãs que em nada me assustam. E muito menos me interessam. Mas, no mundo, tudo envelhece. E morre. Portanto, Zeitgest é um bom documentário, mas nada além disso. Bem editado. Contestador. Suscita algumas boas idéias. Mas apenas isso. Sartre ensina mais em 'O Existencialismo é um Humanismo', que usa gráficos mais arcaicos, que esse vídeo, com montagens mais excitantes.


reisujo (http://naocoletivo.jimdo.com/)

abaixo segue o vídeo, caso queriam conferir: